sábado, 19 de abril de 2008

O caminho dos sonhos


De pés descalços aos pulos pela rua
vejo correm os sonhos na forma de uma criança...
Chamo-a com voz aguda, com ar altivo e em jeito de obediência
Não me ouve, será que se importa que a chame ou simplesmente me ignora?
Volto a chama-la cada vez mais alto...
Bem, talvez não adiante...
Sob a longevidade do meu olhar deixo-a sumir...
Perde-se pelo meio das pedras da calçada,
por entre as árvores que a contornam
e no meio das brechas deixadas pela água que cai naquela fonte,
aquela que fica no fundo desta rua... bem lá no fundo...
Sigo o meu caminho, da mesma forma como aquela criança seguiu o dela...
Pé ante pé dou passos em vão, dou passadas sentidas e deixo pegadas na vida...
Que caminho escuro este, como não teve aquela criança medo de o seguir sózinha?
Sinto nos meus pés os obstáculos desta calçada, o vento que sopra e a geada que cai...
Caminho, caminho, caminho e sigo... sózinha...
Já é noite... a rua não acaba...
Vejo ao longe um clarão e oiço um som desconcertante, tenebroso...
Com medo apróximo-me mais a cada passo que dou...
Encontrei a criança que fugira de mim quando a chamei, sentada nas pedras daquela fonte de água cristalina, que me faz lembrar as lágrimas mais puras que alguma vez chorei e cujo som se rasga nas palmas das suas mãos... esta criança sumiu, mais uma vez, ficando os sonhos que com que ela seguiam, não adiantou gritar para a alcançar, foi sim preciso caminhar, não parar e percorrer toda uma rua escura, superando obstáculos, transformando cada pedra da calçada percorrida em desejos, cada gota de água da fonte em ambições e cada sopro do vento em olhares e pessoas que me farão correr toda a vida atrás daquilo que mais desejo, como se nunca tivesse crescido... como se fosse ainda e para sempre uma criança.

1 comentário:

Catarina disse...

tá porreiro xD
ainda não encontrei o meu "caminho dos sonhos" =)
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