quinta-feira, 29 de maio de 2008

Escrita no ar


Escrevo no ar palavras soltas, leves, amargas e amarguradas
Escrevo no ar pensamentos tristes
Escrevo no ar a leveza das memórias, a profundidade dos sentidos e a imensidão das ilusões
Escrevo no ar cada gesto teu, cada suspiro profundo, cada olhar recondido
Escrevo no ar os medos de um abismo, os medos de sentir, os medos dos medos
Escrevo no ar os desejos de uma vida, as coisas perdidas e as saudades sentidas
Escrevo no ar tudo aquilo que sou...
...E traço cada sorriso na escuridão de mais um dia triste, só e solitário.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Conquista de pedra


Sento-me nesta pedra mais uma noite,cansada de um dia triste, solitário, frio, amargo e duro...
Fecho os olhos, penso, medito e reflicto sobre os reflexos de uma sombra negra. Chuto para longe a amargura da falsa coragem, o cinismo da falsa confiança e a imensidão de todo um borbulhar de sentimentos.
Escrevo frases soltas, tortas e torcidas num papel velho, amarrotado, gasto... gasto como as palavras que digo e que escrevo, gasto como as memórias que guardo...
Levanto-me desta pedra e olho em frente... deixo para trás a solidão, a tristeza, as derrotas e as batalhas... deixo para trás aquela pedra que transportei num passado e que hoje me serviu de conforto... deixo para trás todas as pedras que um dia transportei... deixo para trás tanta coisa... avanço e procuro a conquista.

quarta-feira, 21 de maio de 2008


Desmaia a saudade num abraçar de sentimentos
Sorri a tristeza num olhar de emoções
Permanece a esperança num baloiçar de desespero
Sufoca a amargura no meio de palavras doces
Desiste a ilusão reflectida na realidade
Perde-se a revolta no horizonte longínquo
Sente-se as lágrimas nos "porquês" perdidos
Resistem as dúvidas nas respostas desconhecidas
Sofrem as mãos no vazio que seguram
Existe a melancolia perdida na multidão
Voam para longe as memórias nas asas da saudade
Surge um "amanhã" amarrado ao "hoje" e ao "agora".